Governo começa a anunciar nos próximos dias medidas como decreto sobre armas, diz Onyx (Foto: Rádio Du Vale)
© Reuters/Adriano Machado .
BRASÍLIA (Reuters) - O governo começará a apresentar nos próximos dias as 50 novas medidas estabelecidas pelos ministérios, inclusive o decreto para facilitar a posse de armas de fogo, preparado pelo Ministério da Justiça, disse nesta quarta-feira o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao final da cerimônia de transmissão de cargo no Palácio do Planalto.
"Vamos concluir hoje à tarde a totalização das mais de 50 medidas propostas e na reunião de quinta-feira vamos levar a ele para que comece a montar o cronograma de medidas que vamos fazer", disse o ministro. "A depender da escolha do presidente, começamos na sexta ou na segunda a anunciar um conjunto de medidas para facilitar a vida das pessoas."
O presidente Jair Bolsonaro encomendou a cada ministério duas propostas para serem levadas a cabo nos primeiros dias de governo, o que será apresentado em uma reunião ministerial na quinta-feira, a primeira do novo governo. Entre elas, está a decisão de facilitar a posse de armas através de decreto.
O texto, que está sendo preparado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, prevê a facilitação da posse de arma para cidadãos que cumpram as normais atuais --maiores de idade, sem antecedentes criminais-- para que a posse seja permanente, não necessitando de revisão periódica.
PACTO
Em seu discurso, Onyx afirmou que o governo Bolsonaro irá "surpreender por sua capacidade de diálogo" e propôs um pacto com a oposição.
"Eu conversei com o presidente hoje pela manhã e nos cabia fazer o primeiro gesto. Nós significamos uma linha ideológica completamente diferente, em uma aliança liberal-conservadora, o que nos norteia é completamente diferente do que o Brasil viveu nos últimos 30 anos. A gente tem clareza sobre isso e vai estar muito firme no que acreditamos", disse Onyx a jornalistas, após a cerimônia.
"Mas isso não quer dizer que não sejamos capazes com humildade estender a mão e pedir um entendimento porque tem um valor maior que é o nosso país."
Onyx ressaltou que a eleição deste ano foi "muito acirrada do ponto de vista ideológico", mas que precisa ser superada.
Na terça-feira, durante o discurso no parlatório do Palácio do Planalto, o presidente eleito reforçou, no entanto, o discurso de campanha, repetindo frases como "nossa bandeira jamais será vermelha" e afirmando que o Brasil começa a "se libertar do socialismo e do politicamente correto".
Por seu lado, PT, PCdoB e PSOL, de oposição, nem compareceram à posse do novo presidente da República como forma de protesto a posições assumidas por Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
"Nós precisamos construir entendimento. Um grande país como o Brasil, que viveu momentos de crise, não conseguirá vencer se não for com um grande pacto nacional", defendeu o ministro.
Onyx disse em seu discurso na cerimônia de transmissão de cargo no Palácio do Planalto, disse que o Congresso precisa de diálogo e o presidente sabe disso, diante do desafio de aprovar reformas necessárias para o país.
Também assumiram oficialmente os cargos na mesma cerimônia os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, da Secretaria de Governo, general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, e do Gabinete de Segurança Institucional, general da reserva Augusto Heleno.